Nem todas as coisas são como nos parecem ser
Nem tudo o que foi prometido será cumprido
Tantas inverdades tomadas como certas
Momentos concretos presos na abstratividade
Justiça corrompida nos impele a ceder
Tudo é instrutivo à nossa visão
As verdades escorregam por entre as mãos
O compromisso com o nada é a garantia que nos foi dada
Quem irá nos libertar
Desse mundo caótico em que nos encontramos
Quem irá nos contar todas as verdades que nós não ensinamos
Presos estamos no vazio obscuro
Que nos limita a esperar pelo paradoxo
Vãs filosofias conduzem para o desvio do percurso
A desintegração da matéria começa a fluir
Sabiamente nos encorajam a desistir
Ilusoriamente agimos no desespero
Quem ditou esse paradigma contraditório a seguir?
Quem se julga sábio para achar uma solução?
Para toda essa conjuntura efêmera
Fadada a nos iludir
Quem se atreve a não seguir?
Conceitos e preceitos irrisórios
Prometem soluções irresolutas
Para todas as aflições
Tudo não faz jus ao sangue derramado
Ao cálice que por nós foi tomado
Nos intriga o fato de como as coisas estão
Sem ponderar o que causou toda essa situação
Seria o conjunto de causas independentes entre si?
Por acaso é uma causa ignorada o determinante?
O acaso não é por acaso
O mundo desperta e se converte
Tornando tudo distinto
Sonhos tornam-se utopias
O que é real se torna irreal
É desleal serve apenas para confundir
Ocultar o que se deve descobrir
Profunda reflexão de como se deve ser
O caminho que deve se tomar
Indefinições são os desígnios do incerto
Que controlam o agir e o pensar
Num deserto, solitário a vagar
Imperfeições que rodeiam e se fazem presentes no viver
Conjugam o verbo do ser ausente num presente inexistente